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Os impactos da tecnologia: funcionários acima dos 50 anos de idade estão buscando aposentadoria

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A falta de habilidades digitais está levando funcionários com mais de 50 anos a considerar a aposentadoria como única alternativa possível. Em um cenário corporativo onde o desenvolvimento profissional é essencial, especialmente na Era Digital, profissionais mais experientes estão enfrentando a falta de oportunidades para aprimorar suas habilidades tecnológicas e já não encontram espaço para atuar estritamente com aquilo que já sabem executar.

E antes de prosseguir, precisamos pontuar que a própria “competição” entre profissionais mais velhos, em comparação aos mais novos, é, por si só, desleal. Isso porque as gerações mais jovens já crescem inseridas num contexto no qual a tecnologia é parte normal do cotidiano, e têm toda uma formação educacional que aborda esses aspectos desde os primeiros anos de vida. Por outro lado, temos profissionais que à altura de seus cinquenta, sessenta anos, ou até mais, precisam lidar com tecnologias complexas como condição basilar para que se mantenham competitivos no mercado.

Segundo um recente relatório da Multiverse, especialista em treinamento de líderes e aprendizagem profissional, cerca de 2,4 milhões de profissionais na faixa dos 50 anos de idade estão ponderando a aposentadoria como resposta a essa realidade desafiadora.

Embora a necessidade de formação tecnológica seja universal, a percepção entre os trabalhadores mais experientes é que os mais jovens recebem prioridade quando se trata de oportunidades de Treinamento e Desenvolvimento (T&D).

Surpreendentemente, 57% dos entrevistados compartilham dessa mesma percepção, enquanto 25% dos profissionais com mais de 50 anos sentem a falta de apoio dos empregadores no desenvolvimento de suas habilidades digitais. Esse sentimento é ainda mais pronunciado entre os aposentados, atingindo a marca de 35%.

No entanto, existe uma oportunidade latente de reter esse grupo valioso no mercado de trabalho e reduzir as taxas de turnover nas empresas. Um considerável 41% dos trabalhadores afirmam que estariam dispostos a permanecer empregados se tivessem um acesso mais amplo à formação e capacitação tecnológica. Isso é especialmente significativo, considerando que 64% deles percebem que o ritmo da transformação digital está mais acelerado do que nunca.

Além disso, a pesquisa, que envolveu mais de 3.000 trabalhadores nos EUA e Reino Unido, revela que a mudança tecnológica pode impactar a saúde e bem-estar dos profissionais. Cerca de 14% citaram a transformação digital como uma das causas de ansiedade. Gary Eimerman, diretor de aprendizagem da Multiverse, destaca que à medida que os profissionais com mais de 50 anos se aposentam antecipadamente, as empresas e a sociedade perdem conhecimentos e habilidades valiosas.

A possibilidade de recorrer a aposentadoria pode se tornar um plano descartável para 16% dos trabalhadores que planejam se aposentar nos próximos 12 meses, desde que os empregadores ofereçam novas oportunidades de aprendizado, mesmo que não fossem integralmente custeadas pela organização. A especialização seria, portanto, uma condição basilar para que essas pessoas continuassem trabalhando.

Outros 41% dos que estão prestes a se aposentar, estão dispostos a permanecer ativos por mais seis anos se receberem capacitação tecnológica totalmente financiada pela empresa. E, surpreendentemente, 35% dos aposentados que já deixaram o mercado de trabalho estariam dispostos a reconsiderar a volta ao mercado se fossem oferecidas oportunidades de treinamento digital.

Essa disposição é compreensível quando se descobre que 44% desses profissionais não participaram de nenhum curso ou programa de formação nos últimos anos, e 20% não tiveram acesso à capacitação por pelo menos três anos, atribuindo isso à falta de oportunidades oferecidas pelas empresas em que atuam.

A pesquisa destaca a importância da cultura organizacional adotar a filosofia do “lifelong learning”, ou aprendizado contínuo para permitir que os profissionais desenvolvam tanto hard skills quanto soft skills, que muitas vezes são negligenciadas no ensino formal.

Investir em programas de treinamento corporativo contínuo, com melhorias constantes, não apenas beneficia os profissionais, mas também cria um ambiente propício para a motivação, integração e fidelização dos funcionários.

Seguindo outra perspectiva, o estudo aborda as mudanças no mercado que foram impostas pela Inteligência Artificial e sua influência na segurança empregatícia. Embora 39% dos entrevistados acreditem que a tecnologia generativa teria um impacto negativo, há evidências crescentes de que a IA pode complementar, em vez de substituir, os trabalhadores.

E na contramão desse movimento de profissionais 50+ optando pela aposentadoria, é sabido que cerca de 60% dos gestores de contratação preferem contratar candidatos mais velhos e experientes, indicando uma mudança nas percepções sobre a experiência profissional e a maturidade.

Mas para que esses profissionais se mantenham competitivos e de fato estejam aptos a executar funções que atualmente passaram a depender de algum tipo de tecnologia, é preciso que diversos programas de treinamento e desenvolvimento corporativo sejam oferecidos. E isso deve ocorrer de maneiras diversas, desde métodos presenciais até plataformas online, como palestras, reuniões, cursos, workshops e até gamificação.

A previsão da Ambient Insight sugere que o investimento em aprendizado digital deve atingir a marca de 325 bilhões de dólares até 2025. Independentemente do método escolhido, é crucial que empregadores e governos se comprometam a investir na aprendizagem contínua de todos os trabalhadores, não apenas daqueles no início de suas carreiras.

Ao priorizar a aprendizagem ao longo da vida, é possível manter os profissionais aprendendo e se atualizando em tempo real, em relação às mudanças no mercado – que acabam impactando nas habilidades que são esperadas de um profissional. Fora que, viabilizar esse recurso pode aumentar a satisfação profissional de milhões de trabalhadores e preencher as lacunas crescentes em competências digitais, criando uma oportunidade significativa para fortalecer a força de trabalho.

Em um mundo cada vez mais digital, a aprendizagem contínua é fundamental para a sustentabilidade e competitividade de profissionais e empresas. E é fundamental pontuar que não apenas os trabalhadores precisam desse tipo de atualização, mas essa também é uma necessidade das empresas, que poderá contar por mais tempo com a colaboração desses profissionais mais experientes.

 

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