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Lutos corporativos e o acolhimento no trabalho

Por top2you

O luto não respeita fronteiras entre a casa e o trabalho. Quando alguém passa por uma perda, essa experiência segue com a pessoa para onde quer que ela vá.

E sim, é verdade que, durante muito tempo, o ambiente corporativo tentou separar vida pessoal e profissional. 

Mas essa fronteira nunca existiu. 

O que havia — e ainda há, em muitas empresas — era uma tentativa de sufocar as emoções durante o expediente. 

A questão é que ignorar essas dores não as elimina. Pelo contrário: quando a dor é silenciada, ela se acumula.

O que nos adoece não são as nossas dores, mas a falta de espaço social para falar sobre elas”, afirma Mariana Clark, psicóloga especialista em luto, perdas e saúde mental, mentora da Top2You e autora do livro Lutos Corporativos

O impacto de uma perda

O luto pode ir muito além da morte de uma pessoa querida. 

Ele pode se manifestar em situações como desligamentos, fusões e aquisições, perda de projetos estratégicos, diagnósticos de doenças graves ou na morte de um animal de estimação.

“O luto é qualquer processo de rompimento de vínculos”, explica a especialista. “Quando eu passo por um divórcio, por exemplo, como eu volto para trabalhar? Não sou mais a mesma pessoa”, completa.

E embora as perdas sejam parte da vida, a questão aqui é que quando uma organização não reconhece o luto de seus colaboradores e os força a seguir a rotina como se nada estivesse acontecendo, o peso da dor pode se tornar ainda maior

“Exigir performance quando estamos com o coração em pedaços faz com que as pessoas adoeçam ainda mais”, alerta Mariana. 

As consequências vão muito além do sofrimento individual: queda de produtividade, aumento de afastamentos, rupturas no engajamento e uma cultura organizacional que, silenciosamente, se torna tóxica.

Líderes e luto

Lidar com o luto no cenário corporativo exige uma mudança profunda na forma como enxergamos o papel da liderança e as relações no trabalho. 

Para Mariana, no que tange aos líderes, se antes o poder e o status eram atributos centrais, hoje o diferencial está na relação

“Se eu, enquanto liderança, quero levar alguém à sua máxima potência, preciso entender o que ele está vivendo. Para isso, é preciso se interessar pela vida das pessoas que trabalham comigo”, afirma a mentora.

Esse interesse não significa ser invasivo, mas estar presente. 

É conhecendo seus times que os gestores aprendem a identificar sinais de sofrimento e a oferecer suporte genuíno. “O acolhimento nem é técnico, ele é humano. É olhar no olho e dizer: estou aqui para o que você precisar”, resume. 

Essa intencionalidade de cuidado exige escuta, tempo de conexão e letramento emocional — ou seja, a capacidade de reconhecer, nomear, compreender e lidar com as próprias emoções e com as emoções dos outros. 

Além disso, é importante que o gestor conheça as ferramentas e os benefícios da empresa que podem ser usados para apoiar o trabalhador que está vivendo o luto. 

A psicóloga explica também que o luto se relaciona à autorresponsabilidade. Por isso, ela orienta as lideranças a incentivar seus times na busca pelo autoconhecimento e o desenvolvimento. “O conhecimento não nos imuniza contra a dor, mas valida a experiência e evita que a pessoa se sinta um estranho vivendo aquilo”, explica.

E, para as empresas, investir nesse tipo de consciência é mais do que cuidar de pessoas: é uma estratégia de sustentabilidade organizacional. 

Ao abrir espaço para a expressão emocional e validar a experiência de luto, as organizações constroem ambientes onde a produtividade floresce, reduzem o adoecimento e fortalecem vínculos. “Intencionalidade de cuidado exige tempo, mas devolve engajamento e humanidade às relações de trabalho”, reforça Mariana.

A história por trás do livro

Depois de 18 anos de atuação como executiva de Recursos Humanos em empresas como Oi, Natura e TV Globo, Mariana Clark deu início a uma transição de carreira. 

Motivada por vivências pessoais e pelo desejo de contribuir com um olhar mais humano para o sofrimento emocional, passou a se dedicar à escuta, ao acolhimento e à educação emocional em contextos organizacionais.

Entre os marcos de sua carreira está a atuação em Brumadinho, como parte da equipe de psicólogos voltada ao Crescimento Pós-Trauma. Durante a pandemia, ela também foi muito procurada por organizações que buscavam compreender como lidar com lutos coletivos e com o sofrimento psíquico nos times. 

Essa trajetória ganha agora uma nova forma de expressão com o livro Lutos Corporativos, que será lançado no dia 7 de agosto, em São Paulo, em uma sessão de autógrafos. 

Se esse tema ressoa com você de alguma forma — como profissional, como líder ou simplesmente como alguém que vive e sente —, vale conhecer esse trabalho. 

Serviço: Lançamento do livro Lutos Corporativos
Data: 7 de agosto a partir das 19 horas
Local: Livraria da Vila do Shopping JK Iguatemi
Endereço: Av. Juscelino Kubitschek, 2041 – Itaim Bibi, São Paulo