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Bia Nóbrega: experiência que vira valor

Por top2you

Psicóloga pela USP, com pós-graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e formações executivas na Alemanha, China, Dinamarca e Israel, Beatriz Cara Nóbrega, mais conhecida como Bia Nóbrega, construiu mais de 25 anos de carreira em recursos humanos e em áreas estratégicas de negócio. 

Hoje, ela se apresenta como CHRO as a service, conselheira consultiva, mentora, professora e palestrante. 

Soma mais de três mil horas de mentoria e coaching e foi reconhecida em rankings como RH Mais Admirado (portal Gestão RH) e Líder Legacy (Think Work), além de apresentar dois quadros do videocast Desabafo Corporativo. 

A entrada no mundo corporativo

A primeira experiência profissional de Bia veio em 1998 como analista de RH júnior no Grupo Abril. Menos de um ano depois, surgiu a possibilidade de ingressar no programa de trainee do Itaú, um cargo que ofereceria maior remuneração e perspectivas de crescimento. Bia tornou-se a primeira psicóloga a ser aprovada no processo. 

O início foi chocante: “Nos primeiros dias apostaram que eu não ficaria 30 dias, porque cheguei perguntando ‘cadê a internet, cadê o e-mail?’. Na USP e na Abril já era tudo digital, mas no banco ainda se usava papel, era outro mundo”.  

Mas, contrariando as expectativas alheias, Bia permaneceu mais de sete anos na instituição. Em 2004 já era gerente de consultoria interna de RH e participou de ações que levaram à criação do Itaú BBA, braço de investimentos no qual ela seria gerente de desenvolvimento de RH no ano seguinte. 

Imersão no banco de investimentos

Em três anos, Bia alcançou o posto de gerente geral de RH e viu o Itaú BBA saltar de 600 para 3 mil pessoas. 

“O BBA era um banco com apetite por inovação, mas também muito respeitoso com as pessoas. Aprendi muito e tive abertura para questionar modelos de gestão e práticas de RH mais tradicionais”, conta.

Em 2012, ela foi convidada a voltar ao Itaú, não pelo RH, mas por um executivo. Alfredo Egydio Setubal, atual CEO da Itaúsa, ocupava funções de alta liderança no Itaú Unibanco e encontrava Bia uma vez por ano no comitê de remuneração e avaliação. Alfredo acompanhava seu trabalho e a chamou de volta.

A questão é que, ao retornar como superintendente, Bia percebeu a incompatibilidade entre seu estilo, questionador e ousado no IBBA, e a estrutura tradicional. 

“A proposta era que eu fizesse no Itaú o mesmo que fazia no IBBA, que atuasse sem medo de mexer em estruturas tradicionais e rever alçadas de executivos, por exemplo. Mas, na prática, em um grande banco de varejo’ esse modelo não cabia”, explica. 

Apesar de ter alcançado as metas propostas, Bia foi considerada provocativa demais para a cadeira de superintendente e deixou a corporação depois de 10 meses.  

A transição e o aprendizado com restrições

Após a saída do Itaú, Bia experimentou dar consultorias para pequenas e médias empresas. 

O valor das conversas rápidas e direcionadas ficou evidente: “Às vezes, em apenas 15 minutos, conseguia entregar algo muito significativo para profissionais que nunca tinham se deparado com certas complexidades.” 

Mas, algum tempo depois, sentindo falta do corporativo, ela aceitou o convite de um headhunter para ser gerente executiva de RH da Pernambucanas. 

Bia assumiu o cargo em 2014. A corporação vivia um período de forte reestruturação, e ela precisou treinar 11 mil pessoas com um orçamento reduzido de R$ 4 milhões para R$ 140 mil. 

“Foi desafiador, mas, junto da equipe, nós conseguimos. Entre outras ações, migramos conteúdos para EAD, o que ajudou a reduzir os custos e maximizar o alcance dos treinamentos”, lembra. 

No entanto, quando a crise se agravou e a equipe de Bia passou de 40 pessoas para 12, ela entendeu que sua posição já não fazia sentido na nova estrutura. Deixou o negócio em meados de 2016. 

Novas frentes e o último cargo executivo

No dia seguinte à saída da Pernambucanas, Bia já tinha uma nova rotina: oferecer coaching para executivos, passar mais tempo com o filho Rafael e pôr em prática um modelo que ela chamou de “RH por dia”. 

Neste formato, uma vez por semana, ela ia para uma empresa de varejo que não tinha estrutura madura de RH, fazia a formação da diretora e do time e ainda indicava soluções.

Apesar de ter gostado da flexibilidade, Bia ainda teve duas experiências em configurações mais convencionais: foi diretora de gente & gestão na Inmetrics entre 2017 e 2019 e superintendente executiva de gente, gestão e experiência do cliente de 2019 à 2023. Em ambas esteve exposta como número 1 em estruturas de Governança de altíssimo nível, iniciando assim uma formação sólida na área.

A partir daí, se rendeu à atuação fracionada e passou a se definir como “multi talent based business”: uma executiva que transforma sua experiência em serviço. 

Desde novembro de 2023 atua como CHRO as a service, conselheira e mentora, além de ministrar palestras e aulas em cursos livres e de pós-graduação em instituições como a  Fundação Getulio Vargas e a Saint Paul Exame.

Mentoria como desafio e entrega

Bia foi cliente da Top2You antes de se tornar mentora. “Usei a Top2You em 2020 para desenvolver o CEO e outros executivos do grupo Elopar (que abarcava o Banco Digio), empresa em que eu estava na época, e eu também fui mentorada”, diz. 

Em 2023, ela foi convidada a se tornar mentora da Top2You e já fez mais de 50 sessões de mentoria pela plataforma. 

Bia encara cada encontro como um desafio: “Preciso gerar conexão nos primeiros minutos, entender se a questão trazida no briefing é realmente a central e usar o tempo restante para compartilhar experiências e apoiar com referências. Tenho até slides prontos, que abro conforme o tema, para ajudar na discussão”.

A maioria das pessoas mentoradas por ela são mulheres, e o tema mais frequente é como conciliar papéis — vida executiva, maternidade e autocuidado. Bia também recebe muitos pedidos de apoio sobre como gerar influência e impacto, seja com pares, chefes ou conselhos.