Reconhecido como um dos RHs mais influentes da América Latina (RH Summit) e TOP 10 influenciador do mundo em Diversidade e Inclusão (Favikon), Mauro Wainstock é um dos principais nomes da gestão de pessoas.
Mas se você pensa que ele chegou onde está trilhando um caminho óbvio, se engana. Mauro teve que se reinventar diversas vezes ao longo de sua carreira.
Do jornalismo ao universo corporativo
Formado em publicidade e depois em jornalismo, Mauro passou os primeiros anos de sua carreira na mídia impressa, nas editorias de economia e negócios.
Depois foi contratado pelo Citibank e migrou para o mundo corporativo. Lá, assumiu uma posição estratégica na área de endomarketing, focada na comunicação interna.
“Sempre gostei de abraçar desafios e naquele momento surgiu a oportunidade de trabalhar no banco que era, na época, o maior do mundo”, relembra.
Ele era responsável por um periódico que era distribuído para milhares de colaboradores em todas as regiões onde a companhia atuava. “Foi uma experiência fantástica porque me permitia acompanhar de perto o impacto direto das ações internas que desenvolvíamos.”
Quando o banco transferiu suas operações do Rio de Janeiro para São Paulo, Mauro optou por não acompanhar a mudança. A escolha, no entanto, o colocou diante de um dilema.
Construindo sua marca pessoal
Ao deixar o banco, Mauro passou por um desafio que acompanha muitos profissionais: a dificuldade de se apresentar para o mercado sem o crachá de uma empresa.
“Quando saí do Citibank, percebi que eu só existia profissionalmente dentro do banco. Fora dali, eu não tinha identidade no mercado. Era como se não tivesse sobrenome. As pessoas me conheciam como ‘Mauro do Citibank’, mas quem era o Mauro fora desse contexto?”.
Ele pensou em duas opções. A primeira era buscar outra grande empresa ou banco de referência, mas, nesse caso, correria o risco de ter o mesmo problema em alguns anos. E a segunda opção era empreender.
Assim nasceu a MW COMUNICAÇÃO, consultoria criada por Mauro, que está na ativa desde 1995 e é especializada na produção de livros e biografias de executivos, empresários e especialistas do Brasil e do mundo.
Apesar de muito bem-sucedida hoje, no início, a empresa de Mauro enfrentou obstáculos típicos de novos negócios: se hoje ele é referência no mercado, o cenário era bem diferente quando começou. A empresa não tinha verba, fornecedores e nem reconhecimento no mercado.
“Empreender me fez perceber dois fatores que seriam fundamentais dali em diante: o networking e a marca profissional.”
Ao longo dos anos seguintes, ele mergulhou em eventos, se conectou com vozes do mundo corporativo e fortaleceu seu repertório profissional, virando nexialista.
O ‘Mauro do Citibank’ se tornou o ‘Mauro Wainstock’, oficialmente.
O encontro com a longevidade
Uma nova virada de chave para Mauro veio em 2019.
“Com o tempo, percebi a entrada cada vez mais forte da tecnologia e passei a frequentar muitos eventos sobre o tema. Em um deles, o Startup Weekend, vivenciei uma experiência transformadora”, conta.
Ao lado de jovens de 17 e 18 anos, ele, com mais de 40 anos, integrou uma equipe que desenvolveu um projeto voltado às pessoas idosas: uma plataforma para estimular o bem-estar e o aprendizado contínuo deste público.
A proposta venceu a competição e, mais do que isso, despertou em Mauro uma nova missão: estudar a fundo a longevidade e suas implicações sociais, econômicas e culturais.
“No evento, 99% das pessoas eram mais jovens do que eu, mas a nossa integração aconteceu de forma muito verdadeira. Foi quando comecei a perceber o quanto essa troca entre gerações pode fazer sentido também dentro das empresas.”
A partir dessa experiência, Mauro começou a estruturar diferentes formas de gerar discussões sobre a diversidade etária: promoveu cursos, criou eventos, ofereceu consultorias e começou a falar sobre o tema com frequência no LinkedIn — e em apenas três meses, recebeu o primeiro dos três selos de “Top Voice” nesta rede social, que congrega mais de 85 milhões de usuários no Brasil.
Desde então, construiu uma audiência sólida e engajada em torno de temas como comunicação intergeracional, turnover e cultura organizacional.
Mentoria como transformação mútua
Em 2021, Mauro recebeu o convite para ser mentor da Top2You. Na primeira conversa com os sócios, ele se surpreendeu com a iniciativa.
“Percebi o impacto real que estavam causando no mercado. Vi como os profissionais que recebiam as mentorias estavam evoluindo dentro das empresas e nas suas carreiras, e como as próprias organizações estavam crescendo a partir do novo conhecimento adquirido”, reflete.
De lá para cá, realizou mais de 500 mentorias pela Top2You.
Em cada encontro, tenta identificar o que está por trás das dúvidas técnicas: os medos, angústias, desejos e crenças que moldam as decisões de carreira. Sua abordagem é realista, direta e profundamente conectada com as dores dos profissionais que atende.
“Gosto de trazer casos reais, de forma prática, porque acredito que isso facilita a identificação. Não importa de onde a pessoa é, de qual segmento ou qual cargo ocupa — eu procuro falar a linguagem dela.”
Hoje, Mauro está em muitos lugares. É professor de várias instituições de ensino, colunista da Exame e de outros veículos, sócio-fundador do HUB 40+ (consultoria de comunicação intergeracional) e de outras 3 empresas, além de membro do Instituto Brasileiro de ESG, da Diversity Board, conselheiro de várias companhias, palestrante e consultor.