ESG virou sinônimo de responsabilidade corporativa. Ganhou selos, relatórios, compromissos públicos. Mas, ao longo do caminho, muitas empresas esqueceram quem sustenta tudo isso: as pessoas.
É essa provocação que move o conceito de ASG+P.
Mais do que uma nova sigla, trata-se de um convite à ampliar a responsabilidade e o impacto de um movimento em prol da sustentabilidade no longo prazo.
Sustentabilidade 4.4 e ASG+P
ASG (Ambiente, Sociedade e Governança) é a tradução de ESG (Environmental, Social and Governance).
Já o ASG+P representa um novo passo. A sigla leva a lógica da sustentabilidade a contemplar uma nova dimensão: as Pessoas.
Marcos Felipe Magalhães, ex-CEO da Coca-Cola Brasil e mentor da Top2You, explica que o ASG+P gera a chamada Sustentabilidade 4.4, uma abordagem que combina avanços tecnológicos e transformação digital com desenvolvimento humano e justiça social.
“A sustentabilidade 4.4 busca um equilíbrio entre as necessidades humanas e os limites do planeta, garantindo que os recursos naturais sejam utilizados de forma responsável, que as necessidades sociais sejam atendidas de maneira equitativa, que a viabilidade financeira seja mantida no longo prazo e que os recursos humanos sejam preservados e valorizados”, detalha.
Na prática, o ASG+P parte de uma visão sistêmica em que organizações só são sustentáveis se criarem valor equilibrado para todas as partes interessadas. Incluindo, de forma consciente, as pessoas.
O “P” exige uma mudança cultural
Colocar o P de Pessoas na estratégia não é apenas uma questão de narrativa. É uma transformação cultural profunda.
Marcos argumenta que, no modelo de ESG tradicional, os colaboradores, de forma coletiva, estão diluídos no S de social e no G de governança, como peças de um sistema. Já no ASG+P, são vistos de forma mais individualizada.
“É necessário trazer a devida atenção para os interesses particulares dos indivíduos, como sua renda, seu pertencimento, seu desenvolvimento profissional, e a sua qualidade de vida no trabalho”, justifica o mentor.
Para os negócios, essa abordagem exige que empresas deixem de tratar o bem-estar, o pertencimento e o desenvolvimento humano como pautas isoladas do RH, e passem a enxergá-los como pilares estruturantes da estratégia de negócio.
Pessoas como vetor de impacto
Para que a agenda ASG+P funcione de forma coerente, é preciso que as pessoas estejam no centro das decisões, e não apenas nas ações pontuais ou nas campanhas de diversidade.
Isso exige um redesenho da cultura corporativa.
Marcos Felipe explica que os trabalhadores já não podem mais ser vistos apenas como recursos dentro de um modelo produtivo. São eles que, no dia a dia, tomam decisões que impactam o meio ambiente, definem relações com a comunidade, fortalecem ou enfraquecem a governança.
Se a empresa quer reduzir desperdícios, precisa ouvir quem opera os processos. Se deseja fortalecer o compliance, deve investir em lideranças éticas e transparentes. Se busca inovação em sustentabilidade, terá que confiar nas ideias de quem está mais próximo dos desafios reais.
Esse olhar, aliado à adoção de práticas de humanização no trabalho — respeito, dignidade, autonomia e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, por exemplo —, gera ambientes mais saudáveis, diversos, inovadores e produtivos.
E esses ambientes dão retorno financeiro, social e ambiental, além de favorecer a longevidade dos negócios e do planeta onde eles são praticados.
O papel das lideranças e o poder da mentoria
Para que essa transformação aconteça, a liderança deve ser desenvolvida de forma contínua.
Líderes alinhados à Sustentabilidade 4.4 sabem que seu papel não é apenas entregar resultados, mas criar condições para que suas equipes evoluam.
Eles tornam-se multiplicadores da cultura ASG+P. Promovem diversidade com intencionalidade, tomam decisões com base em dados e valores, buscam soluções sustentáveis e constroem espaços seguros para que as pessoas possam trabalhar com autenticidade.
Segundo Marcos, é nesse ponto que o ASG+P encontra um de seus maiores aliados: as mentorias.
Ele explica que esse processo pode fortalecer a liderança para que ela promova ativamente a humanização do trabalho e, consequentemente, reforce os compromissos ASG+P da organização.
“Mentorias e programas de formação são ferramentas que podem capacitar líderes a internalizar e aplicar os princípios da Sustentabilidade 4.4, ensinando-os a energizar, empoderar e desenvolver suas equipes”, diz
Essa não é uma utopia distante, mas uma pauta urgente que começa a avançar quando organizações, RHs e lideranças passam a incluir as pessoas como parte da equação.
Na Top2You, acreditamos que o desenvolvimento humano é o alicerce da transformação.
É por isso que nossas mentorias conectam líderes a grandes referências do mercado, ajudando-os a navegar pelos dilemas de um mundo em constante mudança, com profundidade, clareza e impacto.