Você está exausto, com dores constantes, sem energia e enfrentando noites de insônia?
Talvez a causa não seja só o cansaço físico, mas sim o reflexo de uma mente sobrecarregada.
Esse é o preço que muitos trabalhadores, e as empresas onde atuam, estão pagando por uma cultura corporativa que normaliza o estresse e a ansiedade como parte do jogo.
A pesquisa “Saúde Mental no Trabalho”, realizada em 2023 pela Think Work em parceria com a Pipo Saúde, revelou que 45% das pessoas entrevistadas tiveram uma crise emocional no espaço de três meses. Esse número sobe para 63% quando considerado um período de seis meses.
Fatores como prazos irreais, metas inalcançáveis e culturas tóxicas levam os profissionais ao esgotamento mental, e isso também resulta em problemas na saúde física. Em comparação com a pesquisa realizada em 2022, 72% dos respondentes sentem mais dores no corpo do que antes.
“Os primeiros sinais de que o corpo ou a mente estão no limite costumam ser dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia, dores de cabeça ou fadiga crônica”, explica Renata Dourado, psicóloga, especialista em RH com mais de 25 anos de experiência e mentora Top2You.
E essa situação não custa caro só para os colaboradores — as empresas também sentem no bolso.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), condições como ansiedade e depressão drenam US$ 1 trilhão por ano da economia global.
Por outro lado, investir em bem-estar é lucrativo: cada US$ 1 aplicado em ações voltadas à saúde mental retorna US$ 4 em produtividade.
E com o impacto crescente deste tema no mundo corporativo, a legislação também tem reforçado a importância de ambientes corporativos mais saudáveis.
A partir de maio de 2025, a NR-1 passará a exigir que as empresas incluam os riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
“A atualização da NR-1 será um marco porque as empresas vão ter que olhar para fatores como estresse, assédio e sobrecarga de trabalho. É uma oportunidade não só para cumprir uma exigência legal, mas para incentivar uma mudança de mentalidade”, explica Marcelle Sampaio, empresária, LinkedIn Top Voice e mentora Top2You.
E tudo começa com a cultura
Para equilibrar alta performance e bem-estar, é preciso rever a cultura organizacional.
O primeiro passo é colocar as pessoas no centro das estratégias corporativas, reconhecendo que a saúde mental e física dos trabalhadores são essenciais para a sustentabilidade dos negócios.
Isso envolve a criação de políticas como a adoção de horários flexíveis, pausas regulares e programas de bem-estar.
Empresas que integram essas práticas demonstram compromisso genuíno com as pessoas, o que, por sua vez, fortalece o engajamento e a lealdade das equipes.
Também é necessário repensar como o sucesso é medido. “Líderes devem redefinir o conceito de alta performance, valorizando resultados baseados em qualidade e inovação, e não em horas trabalhadas”, sugere Renata.
E, para isso, muitas vezes é necessário uma alteração de perspectiva. “Precisamos mudar esse mindset de foco nos resultados em detrimento das pessoas, e isso deve começar com o próprio líder”, explica Marcelle.
O papel do líder no cuidado com a saúde mental
Líderes são exemplos vivos do que é permitido (ou não) no ambiente de trabalho.
Segundo Marcelle, “para ter um espaço saudável, é preciso que a liderança primeiro cuide de si mesma. O discurso não pode ser apenas teórico, é preciso construir novos hábitos, comportamentos e uma mentalidade na qual o equilíbrio faça parte da rotina”.
Ou seja, um ambiente saudável começa de dentro para fora. Quando a liderança se cuida, inspira naturalmente suas equipes a fazerem o mesmo. Mais do que palavras, é a prática diária que molda a cultura, criando um espaço onde bem-estar e desempenho caminham juntos.
Renata concorda: “Os líderes devem demonstrar na prática a importância do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, reforçando o compromisso organizacional com o bem-estar”.
Ela também destaca que as lideranças, junto ao RH, são responsáveis por construir um ambiente de segurança psicológica, onde os colaboradores se sintam confortáveis para expressar preocupações, desejos e dores sem risco de retaliações.
Na prática, além das campanhas de conscientização, estamos falando de:
- Criar espaços genuínos de escuta, indo além de encontros protocolares e superficiais.
- Deixar de romantizar o comportamento workaholic e valorizar a qualidade de vida.
- Incentivar pausas regulares e práticas que promovam o cuidado com a saúde física e mental.
- Capacitar líderes para reconhecer sinais de estresse agudo nas equipes e atuar de forma proativa, oferecendo suporte e soluções adequadas.
- Disponibilizar programas estruturados de bem-estar, incluindo apoio psicológico, ginástica laboral e terapias.
“A gestão por confiança, que reduz o microgerenciamento e promove a autonomia, também é um fator relevante. Além disso, capacitar equipes em inteligência emocional e resiliência e criar ambientes acolhedores contribui para o bem-estar geral”, completa Renata.
Mentoria: o atalho para equilíbrio e performance
E como a mentoria entra nesta equação?
Ela oferece um espaço seguro para que gestores de todas as esferas possam expor suas fragilidades, desafios e dúvidas, sem medo de julgamentos.
A Top2You entende essa necessidade e conta com uma rede de mentores composta por C-levels e outros especialistas de mercado, como Renata Dourado e Marcelle Sampaio, que são experts em temas como saúde mental, gestão de crises, engajamento, bem-estar e alta performance.
Com essa curadoria cuidadosa, a mentoria guia os líderes para que eles possam promover culturas organizacionais mais saudáveis.
É um processo transformador que não só desenvolve profissionais, mas também os ajuda a encontrar equilíbrio e realização em suas jornadas.
Em 2025, fazemos um convite: não faça do Janeiro Branco apenas um mês de conscientização. Use-o como um ponto de partida para mudanças reais e duradouras.
A Top2You pode ser seu parceiro nesta jornada.
A gente acredita que o futuro não é sobre mais trabalho — é sobre trabalhar melhor, com menos desgaste e mais saúde. E você?